O primeiro contato com o Ford Ka 2015


Mesmo para quem está cercado de modelos novos (é o caso dos funcionários das concessionárias, que no último sábado o conheciam ao vivo), a nova geração do Ford Ka surpreende: o compacto em nada lembra o homônimo vendido no Brasil desde 1997, que passou por reformulação em 2007. Se o antigo Ka sempre teve duas portas, este vem com quatro, em uma carroceria mais encorpada, que chama Hyundai HB20 e Chevrolet Onix para uma briga bastante competitiva.



Seu estilo já era conhecido por imagens reveladas pela Ford em novembro de 2013, quando foi apresentado o carro-conceito - as modificações mais significativas ocorreram nos faróis, grade superior e rodas. Faróis e lanternas que se prolongam em direção às laterais são elementos marcantes, assim como a grade com abertura hexagonais. O formato dos vidros e os vincos da carroceria dão ar contemporâneo ao Ka. Já a traseira lembra um pouco a do Onix, pela posição da placa, estilo das janelas e disposição das lanternas. Nesta versão, há tampas pretas no lugar dos faróis de neblina, uma prolongada antena de teto, calotas aro 14'' e ausência de luzes de seta nas laterais. Na tampa traseira, o visual é limpo: traz apenas os logotipos "Ka" e "Ford", sem maçaneta ou fechadura.


Por dentro, muitos elementos foram trazidos do atual Fiesta, como o volante (que inclui comandos de rádio nesta versão), a alavanca de câmbio e o sistema de som. Seu pequeno quadro de instrumentos traz marcador analógico de combustível (do tamanho do conta-giros!), aviso luminoso de porta aberta e hodômetro digital. A regulagem de altura do volante facilita a tarefa de achar uma boa posição para dirigir. E mesmo com o banco ajustado para mim (com mais de 1,80 metro de altura), sentei com folga no banco de trás, com o recuo dos assentos (que contam com porta-revistas) e o bom espaço para cabeça, com o banco traseiro (inteiriço) em posição mais baixa.


A versão SE Plus vem com airbag duplo, abertura elétrica do porta-malas (na chave, tipo canivete, ou no botão à direita do seletor dos faróis), ar-condicionado, direção elétrica, luz indicadora de troca de marcha no quadro de instrumentos, vidros elétricos nas quatro portas (sendo o motorista com função um-toque para subir ou descer), travas elétricas, limpador e desembaçador traseiro, palhetas "flat-blade", quatro tapetes, abertura interna da tampa do tanque de combustível, freios ABS com distribuição eletrônica da frenagem e controle de frenagem em curvas, ajustes de altura dos cintos dianteiros e pneus "verdes" 175/65. O ajuste elétrico dos retrovisores, contudo, ficou de fora.


Enquanto concorrentes como Sandero e Onix oferecem centrais multimídia com tela sensível ao toque de sete polegadas, o Ka contra-ataca com o SYNC, operado por botões ou por voz. Sua tela monocromática de 3,5 polegadas traz iluminação azul. O sistema traz rádio, CD Player, MP3, entradas USB e auxiliar, conectividade com aplicativos para smartphones Android ou iOS (Glympse, que utiliza a localização do carro para postá-la a amigos nas redes sociais; Let's Park, que encontra preços e localizações de estacionamentos, e 89FM, que permite interação e acesso à programação da emissora A Rádio Rock), além de Bluetooth para reprodução de músicas e chamadas telefônicas. O microfone localizado próximo à luz de teto capta os comandos: para ligar, basta dizer "Ligar Para", depois dizer o nome da pessoa e a linha, caso o contato possua mais de um número. A partir desta versão, outro recurso bastante interessante está presente como opcional: o Assistente de Segurança, acionado após a deflagração dos airbags ou o corte de combustível (situações que indicam um acidente mais sério), realizando automaticamente uma chamada para 192, o número do SAMU. As coordenadas geográficas do veículo são transmitidas na mensagem eletrônica introdutória, e o microfone logo depois é ativado para os ocupantes se comunicarem com os paramédicos.


Há ainda vários porta-objetos: entre os bancos, quatro porta-copos; nas portas dianteiras, um porta-garrafas de 1 litro, outro de 600 ml e ainda um porta guarda-chuva; os passageiros laterais traseiros contam com pequenos porta-trecos; há um curioso porta-objetos na lateral do painel, cujo acesso só ocorre com a porta do motorista aberta. E, logo abaixo dos comandos do ar-condicionado, um nicho adequado a um smartphone. Ambos os para-sóis trazem espelhos; a tampa do porta-luvas não fechava muito bem nesta unidade.


Seu porta-malas oferece a razoável capacidade de 257 litros, trazendo um recuo interno para facilitar o fechamento da tampa.


Por baixo do capô está o novo motor 1.0 TiVCT de três cilindros, com Flex Start (dispensa reservatório de partida a frio), correia dentada imersa em óleo com durabilidade de 240 000 quilômetros, duplo comando e variação de admissão e escapamento, cabeçote de alumínio, bloco de ferro fundido e revisões programadas a cada 12 meses. Sua potência é de 80 cavalos com gasolina e 85 cv com etanol; o torque é de 9,7/10,4 kgfm (com gasolina/etanol, nesta ordem).

Os dados de consumo de combustível do Inmetro o fizeram atingir a classificação "A" entre os compactos: 8,9 km/l com etanol e 13,0 km/l com gasolina na cidade; na estrada, faz 10,4 km/l com etanol e 15,1 km/l com gasolina.


O câmbio manual de cinco marchas oferece engates precisos e os pedais tem curso adequado. Atrás, o ocupante do meio conta apenas com o cinto subabdominal.

A expectativa é de que o Ka+ chegue em outubro, assim como o hatch com motor 1.5. Dependendo da cor desejada, a espera pelo carro chega a 10 dias. Hoje iniciaram os test-drives em Teresina (PI). O preço cobrado (R$ 37 390) é exatamente o mesmo do site da Ford, sem acréscimos referentes a frete ou ICMS. Certamente causará uma grande dor-de-cabeça aos concorrentes...




Comentários

Henrique Toth disse…
Carrinho legal, gostei mesmo, mas PREÇOS ABSURDOS!

NÃO COMPREM CARROS ZERO!!!! Vamos obrigar as montadoras a baixar esses preços que só existem no Brasil. E não é tudo imposto não como dizem, é cafajestagem das montadoras mesmo!